en-O DESTINO DAS NAÇÕES por Rui Alberto Silva

08/04/2022

Rui Alberto Silva é Antropólogo e estudioso de Inteligence, Terrorismo assim como de Geopolítica e Geoestratégia.

É um dos sócios da ISO-SEC.

Por: Rui Alberto Silva

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados por aquele que se interessam."

Armold Toynbee


Porque é que é o Homem que domina a Terra, porque somos nós os senhores da criação?

Para além das respostas muito elaboradas da ciência e da filosofia há duas razões simples, diretas e basilares:

Porque o Homem é o ser mais ambicioso e inconformado Ser de toda a criação.

O Ser Humano, ao longo da sua breve história, tentou sempre ir mais além, conquistar mais, subir mais alto, ir mais longe, possuir mais, conseguir mais, superar-se, em constante luta com o seu destino, com a sua mortalidade que nunca aceitou.

O Homem caracteriza-se, assim, pela sua constante ambição e nunca saciada sede de poder.

E só isso trouxe a espécie humana até onde está hoje.

No entanto, quando mais cresce e quantos mais partilham o mesmo espaço, que, assim, vai ficando mais e mais pequeno, gerado pela mesma ambição, vontade e ânsia de poder, vão surgindo os conflitos.

O Homem é uma vítima nada inocente do seu próprio progresso.

Com a sedentarização o Homem torna-se estável, toma nas mãos grande parte do seu destino e deixa de ser um joguete nas mãos dos deuses caprichosos das origens e passa a ser o deus de si mesmo.

Tem as colheitas e os animais, domina os seus recursos e, com isso, prospera e cresce.

Mas quem cresce tem de crescer para algum lado, quem cresce precisa de cada vez mais recursos, mais alimento, mais água, mais riqueza, mais espaço.

Nem que esses recursos e espaço sejam de outros.

A sobrevivência é algo de tão importante para a espécie que o Homem não se importa de aniquilar os seus semelhantes para o conseguir.

A história humana pode reduzir-se à história da tirania do sucesso.

Os mais capazes e fortes vencem, os mais fracos perdem.

E assim o mundo, a história vai ditando a sua própria e muito impiedosa seleção natural.

E é os confrontos dentro desta impiedosa seleção natural entre seres pensantes e dominantes que ditam o destino de todos.

Porque, no mundo real e ao contrário do mundo dos ideais em que tudo, até o inverosímil é possível, se alguém submete alguém tem de ser submetido, se alguém ganha alguém tem de perder, num planeta de recursos limitados, se alguém tem muito alguém tem de ter pouco.

É essa a partilha de poder, de recursos e de espaço que a política e a diplomacia tentam gerir.

Mas para fazer essa gestão de forma consciente, eficiente e realista é necessário que se conheçam alguns princípios básicos e imutáveis da condição humana e de como esta se comporta enquanto grupo, enquanto sociedade e enquanto estado.

É o mundo do verdeiro poder, da Geopolítica e da Geoestratégia, que planeia em anos e não em dias, que condiciona futuros e não presentes, que estabelece quem ganha as guerras e não quem vence as batalhas.

Um mundo de sombras e de ocultos, de segredos e de omissões, mas o mundo onde se consegue pôr em prática tudo o que acontece no mundo:

até o Bem.